quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Dos quereres


Eu queria ler o mundo inteiro, e escrever toda a bagunça que se passa dentro de mim. Queria dar uma chance pros poemas que rabisquei há pouco, dizendo que meu amor não cabe no céu. Queria soar menos estúpida quando digo que sou confusão, que eu gosto quando o céu se faz cinza, mas que eu sonho com o sol de Nova Orleans. Que meu Norte é o Oeste. Que trabalho nada mais é que uns trocados pra me manter na estrada. Sem projeções para o futuro. Perdão, meu pai, eu quero ser o vagabundo de destino errante. Todo esse papo de gente irresponsável me fisgou, e eu quero estar em todos os lugares, mas não ser de nenhum. Eu quero todos os pores e nasceres do Sol, e eu não dou a mínima se tudo isso não passa de cafonices. Todas as minhas teorias recaem em clichês apaixonantes. “A vida é agora”. Eu quero todos esses clichês, todos eles. Olha só como é bonito o verbo querer! É a vontade, é o desejo, é o afeto! E por mais inalcançável que seja todos os meus quereres, eu quero querer até o resto dos meus anos. Se eu já tiver o mais azul dos céus, que eu queira o presságio da noite avermelhada. Se eu já tiver caminhado por toda a costa oeste, que eu queira me entregar com o mesmo furor pros mistérios do leste. E se meu coração se aquietar... Bem, então é hora de partir.    

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