Eu queria ler o mundo inteiro, e escrever toda a bagunça que
se passa dentro de mim. Queria dar uma chance pros poemas que rabisquei há
pouco, dizendo que meu amor não cabe no céu. Queria soar menos estúpida quando
digo que sou confusão, que eu gosto quando o céu se faz cinza, mas que eu sonho
com o sol de Nova Orleans. Que meu Norte é o Oeste. Que trabalho nada mais é
que uns trocados pra me manter na estrada. Sem projeções para o futuro. Perdão,
meu pai, eu quero ser o vagabundo de destino errante. Todo esse papo de gente
irresponsável me fisgou, e eu quero estar em todos os lugares, mas não ser de
nenhum. Eu quero todos os pores e nasceres do Sol, e eu não dou a mínima se
tudo isso não passa de cafonices. Todas as minhas teorias recaem em clichês
apaixonantes. “A vida é agora”. Eu quero todos esses clichês, todos eles. Olha
só como é bonito o verbo querer! É a vontade, é o desejo, é o afeto! E por mais
inalcançável que seja todos os meus quereres, eu quero querer até o resto dos
meus anos. Se eu já tiver o mais azul dos céus, que eu queira o presságio da
noite avermelhada. Se eu já tiver caminhado por toda a costa oeste, que eu
queira me entregar com o mesmo furor pros mistérios do leste. E se meu coração
se aquietar... Bem, então é hora de partir.
os textos daqui cada vez mais lindos! ;)
ResponderExcluirsei como é. É difícil, porque a coisa aperta e a verborragia transborda sem sentido.
ResponderExcluirMaravilhoso, fefê!
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