Eu detesto o vício que toda esta tristeza se tornou. Seus olhos desolados são meu ponto fraco. Eu odeio deitar à noite com minha miséria e querer nunca mais me levantar. Acabou poesia. É tempo de linhas tortas, de gritos pelo avesso, de fechar a janela. Há poesia em tudo isso? Eu não consigo ver, nem sentir. Que falta me faz seu olhar imóvel. Eu nunca mais vou ter essa visão tua, a não ser nas lembranças que eu busco todos os dias. Elas estão ficando cada vez mais fracas até virarem só velhas fotografias, aquelas que achamos por acaso no fundo do guarda-roupa, gastas pelo tempo. Elas sempre voltam para o mesmo lugar, pra escuridão, pro invisível. E quando isso acontecer, eu vou continuar perdida, mas sem saber o porquê.
lindo o seu texto. muita sensibilidade e delicadeza na escolha das palavras.
ResponderExcluirobrigado, querida fernanda.
ResponderExcluirbeijos, beijos.