terça-feira, 24 de abril de 2012


Minha aflição se estende pra tão longe de mim, num lugar onde minha mão não pode alcançar para então pegá-la e arrancar fora, assim, bem toscamente. É lá onde você mora, junto com minha aflição, confundindo dor e paz. Trazendo uma razão tímida para a vida, mas fazendo com que eu queira morrer por cada ausência angustiante. Se antes os dias pareciam todos iguais, hoje estão cada vez mais amargos comigo. Me afligindo. Se eu tiver que fechar os olhos mais uma vez pra sentir ventos que não entram por minha janela, irei enlouquecer.

Já não me satisfaz esse vício bonito.

O que me faltava não costumava me atormentar tanto assim, olhos fechados me cabiam muito bem. Voltei a ter medo de coisas bobas, de ventos frios, a ter certas superstições, a procurar uma fé que não existe em mim. Eu vou abrir bem os olhos à noite, encarar a escuridão e rezar pra algum deus, quem sabe. Que alguém olhe por você, por mim, pelas solidões de estrela. 

Um comentário:

  1. Eu compartilho desses sentimentos, é estranho como pode ser ao mesmo tempo assustador e confortante ler algo assim.

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