quinta-feira, 27 de agosto de 2015

caixa de sapato

cia de foto

aquelas três horas que levamos para chegar ao litoral me parecem agora muito mais que três horas. foi uma tarde muito quente em algum dia de janeiro. se alguém me perguntar do que mais me lembro, eu direi com um apertozinho na caixa torácica que ainda guardo as estradas rumo a baixada santista. eu as desenharia sustentadas por grandes pilastras de concreto, embaixo delas os portos em uma interminável despedida e sobre elas o céu que nada tem da fuligem de outras praias paulistas. a imigrantes me é exatamente igual, exceto pelo mar, às fotografias que vi anos depois, recortadas estrategicamente para dar tapinhas confortantes em minhas costas. caixa preta e teorias tchecas. ainda bem que podemos manter reminiscências no fundo de um guarda-roupa. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário