segunda-feira, 30 de junho de 2014

meus dias estão mais para 1933
não há um sequer
em que eu perca o espetáculo obsceno
estrelado pela miséria, sonho e medo
um verdadeiro altar erguido
para as dores mais canalhas
que me fazem companhia
em 1933 um homem aceita
a amizade dos ratinhos do sótão
para empatar com a fome
e com a solidão
se castiga a cada vez que volta para casa
no horário das incoerências
quando as luzes deveriam estar apagadas
quando a língua adormece
contra a lâmina doce e afiada da culpa
eu me sairia muito bem em 33






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