domingo, 11 de maio de 2014

escrevo com covardia
pra tentar dizer o que
não sairia nem com dez doses violentas
de qualquer coisa
o que eu não conto pra ninguém, eu disse
eu menti
estou o tempo todo tentando mostrar
o que me atormenta
falho miseravelmente
por que escolho as palavras certas
penso antes
converso comigo mesma
e peço
não chore
exijo
não chore
sei me escutar muito bem, afinal
sou como meu avô
um português que não chora de forma alguma
e se o faz
é em um canto escuro da sala
que ninguém visita

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