antes de me
mudar tive o cuidado quase arcaico de gravar em cds virgens tudo o que eu havia
escrito em meu computador, que já dava seu último adeus. na ânsia de conseguir enfiar na mala todos aqueles panos de prato que minha vó insistia que eu
trouxesse, acabei esquecendo tudo. na verdade, não me arrependo dos panos. é que eu gostava de carregar as dores antigas, a espiritualidade que eu só sabia em mim ali, o mais avesso e profundo que se pode ter de si mesmo. mas é justamente esse ritual de sentar-olhar-expurgar que nos mantêm. também o álcool, naturalmente, que lava nossa cara para, então, enfrentar-mos a vida mais um pouco. tento ambos.
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