sexta-feira, 24 de agosto de 2012


me reclamaram abandono, quando na verdade eu tenho tentado disfarçar uma triste sensação de estar sozinha. eu acho que estamos no mesmo barco, apesar de distantes. egoísta. há uma pessoa da qual eu jamais me despediria. todas as outras são faltas que cabem no meu peito. alguém já deve ter dito que amor não se mede. eu tenho a certeza de que o meu se aperta muito no coração, então ele se eleva até ocupar a alma toda. pensei no vento com cheiro de maré que nos saudou na varanda, e nos planos escritos em lençóis, no nascimento de uma estrela, em como eu chorei aquele dia por ter te machucado por menor que fosse a ferida, pensei em como você fodeu com meu costume de ser sozinha. diga-se, meu bem, foi uma bela foda. ainda não acredito que eu tenha muita coragem. sem mortes no currículo, sem palavras arriscadas demais, algumas dores. mas eu amo, e eu amo e amo. já é o bastante, até pra enfrentar a falta. só que certas ausências não se curam nem quarenta anos depois. e isso nem é covardia. 

2 comentários:

  1. Certas ausências são inenarráveis. Mas a gente sente o desespero na voz.
    Abraços.

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  2. é impressão minha ou você acabou de transcrever o que sinto? ;)

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