me reclamaram abandono, quando na verdade eu tenho tentado
disfarçar uma triste sensação de estar sozinha. eu acho que estamos no mesmo
barco, apesar de distantes. egoísta. há uma pessoa da qual eu jamais me
despediria. todas as outras são faltas que cabem no meu peito. alguém já deve
ter dito que amor não se mede. eu tenho a certeza de que o meu se aperta muito no
coração, então ele se eleva até ocupar a alma toda. pensei no vento com cheiro
de maré que nos saudou na varanda, e nos planos escritos em lençóis, no
nascimento de uma estrela, em como eu chorei aquele dia por ter te machucado
por menor que fosse a ferida, pensei em como você fodeu com meu costume de ser
sozinha. diga-se, meu bem, foi uma bela foda. ainda não acredito que eu tenha muita
coragem. sem mortes no currículo, sem palavras arriscadas demais, algumas
dores. mas eu amo, e eu amo e amo. já é o bastante, até pra enfrentar a falta. só
que certas ausências não se curam nem quarenta anos depois. e isso nem é
covardia.
Certas ausências são inenarráveis. Mas a gente sente o desespero na voz.
ResponderExcluirAbraços.
é impressão minha ou você acabou de transcrever o que sinto? ;)
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