sexta-feira, 6 de julho de 2012


Entre o abrir e o fechar dessa porta eu espero o seu retorno. Enquanto isso, escrevo sobre você. E sobre tudo isso.” Ana Luiza Alves

A porta, meu bem, é impiedosa. Sigo os dias dividida entre minhas neuroses e você, não que você não seja parte delas. Em muito, é você quem as causa, mas prontamente tem a cura. Já não me conformo tanto com solidão tendo sua alma tão presente em mim. E não posso passar minhas mãos por seu rosto quando enlouqueço por coisas mínimas. Achei mais um significado pra solidão, é isso. 

Tenho a vida tão pequena, e, mesmo assim, não consigo me encantar tanto pelas pessoas. Então você apareceu. E eu me encanto ainda menos, porque ninguém se parece contigo. Minha solidão de estrela. Eu sei que existem umas tantas estrelas por aí, pessoas especiais, você sabe. Tive a felicidade de encontrar algumas, mas, como explicar? São egoísmos do amor. Ninguém me toca como você, em todos os sentidos emocionais e físicos e ainda os que eu desconheço dessa palavra tão linda. Tocar. 

Benzinho, o que eu posso fazer por você? Eu queria pegar todas as suas dores pra mim, mas, às vezes, não suporto nem as minhas. E ainda assim, eu não viveria sem elas.

Faço as mesmas perguntas todos os dias. Eu te criei? Eu te criei em minha vida tão parecida com a patética vida dos solitários? Queria viver dos teus abraços e palavras, seria o suficiente. Você me conta tuas histórias e eu te doo meus ouvidos sem pestanejar ou questionar ou reclamar, porque eu amo te ouvir. E entre alguma coisa e outra eu te beijo como quem dá o último beijo de sua vida e te conto alguma coisa sobre a vida de merda que eu deixei.

Eu não preciso de muitas coisas pra ser um pouquinho feliz. E, por mais que nada seja pleno neste mundo, esses últimos dias têm aquecido meu coração como se eu fosse uma criança. Não tem nada mais sincero que a infância. Vou guardar essas lembranças bonitas pra quando for tarde demais, pra o tempo em que eu precisar me reaquecer.

Mesmo te sentindo ao longe, os dias são difíceis aqui. Seria mais simples se não fosse assim tão distante? Ou a gente se contaminaria pela monotonia? Eu não sei. Eu passaria a vida em lençóis com você, me parece corajoso isso. Sem preocupações, a merda do dinheiro, da minha família, da política e mil coisas mais. Me parece egoísta também. Mas eu passaria. Enquanto escrevo, eu passaria. Sinto saudades suas. E todas as vezes em que a porta se abrir, é você quem eu espero. 

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