segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

Depois que eu me mudei, eu passei mais tempo dedicando lembranças ao meu pai. Talvez isso acontecesse pela estética daquele cômodo minúsculo, me pressionando para assuntos mais difíceis. O quarto tinha paredes de um azul já gasto pelo tempo e um cartão postal pregado com fita adesiva na parede. Um único cartão postal de uma cidade que eu já não me recordo, como um subterfúgio para aquelas paredes azuis que despelavam, que se cansavam cada dia mais, vivas. Meu pai repetindo em minha memória não se esqueça das coisas agora ausentes, é uma dor permanente e necessária

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