sexta-feira, 27 de março de 2015

Os lugares que não vemos daqui

alguém sobrevoa à trinta e três mil pés de grandes alpes brancos

enquanto desisto de riscar mapas 

e apenas me transformo em uma saudade sonolenta

sessenta batimentos

todas as coisas me parecem agora pequenas e falhas 

o corpo inteiro pesa um marcapasso 

com medidas mais confusas que o coração dos capricornianos

eu poderia me esconder em distâncias inconcebíveis

meu marcapasso é pequeno e falho

passo ligeiramente, não cravo, não crio raízes 

sou um quarto de hotel onde anaïs deitou-se sozinha

eu tento um bye bye tristesse

quando os dias têm sido cruéis para o carnaval 

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