terça-feira, 23 de setembro de 2014

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tem sido tão compreensivo comigo que dói mais em mim do que nele. Mesmo depois de todo o sofrimento que lhe causei.

No final das contas, eu sempre acabarei no poço mais fundo, porque não só joguei minha alma lá dentro como arrastei a sua também.

Em meu jeito infeliz de conduzir as relações, de um romance sujo para a vida cheia de não-me-toque, não cabe o simples desligamento. Assim como não cabe a renúncia, porque somos miseráveis demais para assumir a perda até que ela acabe com você.

O homem é um estado alemão, lembro-me bem disso ecoando pela sala. Entendi mais uma vez que nós somos difíceis de ser invadidos, como um estado alemão, e é aí que entram os imigrantes, os selvagens, os corajosos.

Espero merecer sua paz, embora eu seja tão egoísta.

Já encontrei meu pecado e, sabe, é a parte mais difícil. Me vejo sempre em um cômodo teatral, as falas sendo repassadas em voz baixa e eu, entregue, quase chorando por uma situação que não existe. Uma verdadeira atriz. E é você que sempre me diz que eu atuo tão mal.

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