Me assusta mais quando eu vejo que morte não é solução, que o caos continua o mesmo, só que sem mim. Estou com dificuldades de respirar. Viver se tornou uma tortura sem saída. Eu não estou reclamando, eu só queria dizer, expulsar o nó na garganta que não se contenta mais com lágrimas. Deus, porque? Eu não consigo me comover com os mais próximos de mim, mas eu amo com toda a minha alma o malabarista do sinal, o menino pedindo almoço na minha porta, o estudante colando cartazes nos postes. Eu quero os vislumbrados. Pare de me comedir com seu intelectualismo, de me dizer que “é assim mesmo”, de definir a palavra revolução e me proibir de usá-la, porque “a minha revolução só fica nos dedos que escrevem”. Não venha me dizer como eu devo pensar. Não me venha dizer que é depressão barata quando eu penso em morte. Que é rebeldia adolescente. Você não sabe das minhas dores nem dos meus anseios, você não sabe nada do que se passa na minha solidão. Fique com seus filósofos pra você, fique com seus conceitos pra você, fique com toda a sua bagagem literária pra você. Às vezes, eu sinto como se tudo que eu tivesse fossem as palavras e o caderno escondido que revela todos as minhas atormentações. E que eu escondo querendo que alguém um dia o ache pra eu dividir meus medos. Está tudo escrito no mesmo papel, não é? É minha confusão, minha contradição, eu não aguento mais. Por favor, não entenda. Só me dê seu silêncio até que eu apague. Tudo.
ê, tragédia perpétua de vida.
ResponderExcluirserá que a gente tá condenado que nem aqueles heróis gregos idiotas? quanto mais a gente foge do destino, mais ele chega e marreta o final inevitável? o tanto que isso acontece... a gente espera, torce por coisa diferente, mas no fim e acontece aquela coisa "inevitável"...
eu também me sinto tão confuso... até agora as minhas teorias bonitinhas e frases bem encaixadas não me ajudaram muito... silêncio que não encontra cumplicidade...