terça-feira, 21 de junho de 2011

I'm still here

Ela me disse, por telefone, que queria ver outras pessoas.
Eu pensei: "ok, então olhe em volta. Elas estão em toda parte".
Ela me disse que estava confusa. Eu pensei "querida, bem-vinda ao clube".
24 anos, crise de meia idade. Hoje em dia ela te atinge quando você ainda é jovem.
Eu desliguei na cara dela, ela ligou de volta, eu desliguei de novo.
O processo já tinha começado. Pelo menos aconteceu rápido.
Eu juro que morri por dentro naquela noite.

Um amigo me ligou, mas eu não mencionei nada.
A última coisa que ele me disse foi "fica em paz"... Paz.
Eu contemplei uma coisa horrível, tenho que admitir.
Só achei que essas seriam as últimas palavras apropriadas.
Mas, ainda estou aqui... E pequeno, tão pequeno.
Como esse problema pode parecer tão grande? Tão grande...

Bom, as palmeiras e as brisas ainda sopram verdes e as ondas no mar ainda são absolutamente azuis.
Mas, o horror...
Qualquer mísera coisa que vejo me lembra ela.
Eu nunca achei que amaldiçoaria o dia em que a conheci. E desde que ela se foi e eu não quis ouvir.
Quem se importaria?
Que bem isso faria?

Mas eu ainda estou aqui.
Então, eu me imagino daqui a um mês... ou doze.
Eu estarei em algum lugar bebendo algo, rindo de uma piada estúpida ou de alguma outra coisa estúpida.
E eu posso me ver parando repentinamente, sendo levado pra longe do presente, sugado pela maré e puxado pro fundo.
E lá estou parado.
Grama úmida e lápides brancas todas em fila.
E na distância há alguém, longe e só.
Então eu paro, me ajoelho. Meu novo lar.

E eu imagino um despertar sóbrio, um retorno àquela situação de barzinho.
Dou um gole na minha bebida até o gelo tocar meus lábios.
Peço outra rodada.
E isso é tudo por enquanto.

Desculpe, eu nunca fui muito bom em finais felizes.

(Pearl Jam)

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